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terça-feira, 29 de janeiro de 2013

O Rio de Janeiro tem a sua própria "Boate Kiss". Governo senta e espera a tragédia acontecer.


Li o texto abaixo no facebook, postagem de um diretor da Record chamado Rudi Lagemann.
Achei deveras importante para não ser compartilhado e viralizado pela internet. Principalmente agora com essa pseudo-preocupação política com o acontecido na Boate em Santa Maria.
Temos a nossa Boate Kiss particular e nossos prefeito e governador estão cagando e andando.

Leiam, comentem e deem idéias de como podemos fazer ser dada a devida atenção ao caso.


"A “Boate Kiss” do Rio de Janeiro. Há uma campanha interessante na Internet para o levantamento de lugares de baladas que não atendem as normas de segurança para que ali sejam feitas a fiscalização e as melhorias para atender os requisitos da lei. Acho ótimo. É uma maneira construtiva de transformar o luto que se vive em função da tragédia de Santa Maria.
Neste sentido, creio que todas as cidades têm suas “boates Kiss”. Elas existem não só em pontos de baladas noturnas mas em prédios, túneis, encostas, aeroportos, pontes, etc. São lugares de tragédias anunciadas.
No Rio de Janeiro, para mim, a “Boate Kiss” do momento é o Elevado do Joá. Para quem não sabe, o Elevado do Joá é um longo viaduto, construído nos anos 60, que liga a Barra da Tijuca à Zona Sul da cidade e é utilizado diariamente por milhares de pessoas. Há anos, o Elevado apresenta sinais de corrosão e decadência. Como podemos ler em diversos órgãos da imprensa, um relatório da Coppe/UFRJ apontou que é grave o estado de degradação estrutural dos dentes de apoio das vigas do elevado e que isto compromete a segurança de quem passa pelo local. Para a Coppe, a reconstrução do elevado seria a solução definitiva. Já para o prefeito do Rio, Eduardo Paes, os consertos têm que ser emergenciais. Ou seja, para o prefeito, ao invés de mudar um pilar, devemos passar um reboco nele e tudo estará ok. E, parece ironia, foi o prefeito quem contratou a Coppe para averiguar o estado do Elevado. Para quem não sabe o que é a Coppe, basta uma lida na Internet: “A Coppe – Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia – foi fundada em 1963 pelo engenheiro Alberto Luiz Coimbra, ajudou a criar a pós-graduação no Brasil e ao longo de quatro décadas tornou-se o maior centro de ensino e pesquisa em engenharia da América Latina. A Coppe já formou mais de 12 mil mestres e doutores em seus 12 programas de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado).”
Ou seja, a Coppe é um lugar sério, onde se entende do assunto engenharia. Mas o prefeito acha que entende mais. Se pesquisamos o tema, veremos que quando o Elevado foi construído, a empresa responsável pela construção passava por dificuldades e, pasmem, “na fase em que eles construíam as pistas superiores (em direção à Barra) não havia engenheiros acompanhando a obra”. Um Elevado daquele tamanho construído sem engenheiros no local! Ual!!!
Ao saber de tudo isto, digo o seguinte: eu não passo mais pelo Elevado do Joá. Perco alguns minutos fazendo outro trajeto mais longo mas não arrisco perder a vida. Creio que é a nossa obrigação pressionar estes politicos manés para não sermos mais manés que eles. Talvez fechar o Elevado algum dia seja um gesto de mostrar a seriedade do problema. Seria interessante ver nos jornais e sites do exterior uma manifestação chamando a atenção para o assunto, do tipo: “Olhem como são as pontes por onde vocês passarão na Copa de 2014 e Olímpiada 2016!”. Porque parece que o Prefeito só dá atenção se houver imprensa internacional envolvida. 
Assim como na Boate Kiss só havia uma porta de emergência, no Elevado do Joá a saída de emergência é a queda fatal no mar!"

(Foto: Pablo Jacob/O Globo)













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