Quanto você paga pelo seu plano de saúde? Se tiver mais de 30 anos, com certeza o valor pode corresponder à prestação de um carro usado. Se tiver mais de 60 anos, pode estar pagando um plano de saúde no valor da prestação de um carro importado. A diferença é que o carro, um dia, você vai quitar e as suas prestações são uniformes, não aumentando a cada ano. Resumindo meu amigo: você desvaloriza mais rápido que um carro de passeio.
Qual foi a última vez que você utilizou seu plano? A menos que você tenha uma doença, vai reparar que utiliza muito pouco seu plano de saúde. Isso acontece por que os planos de saúde funcionam como as seguradoras: o número de pessoas que utiliza eventualmente é bem menor que o número total de assegurados, tornando o negócio muito lucrativo. (E quando você usa, espera demoradamente como se fosse no SUS, gasta no máximo 01 frasco de soro, uns medicamentos simples como plasil, buscopan, tilenol... e se chegar a muito, uns exames baratos, tais como de sangue, de urina ou raio X).
Um comércio sem pudor se aproveita da necessidade alheia. A novidade agora é a taxa de urgência paga para obter mais rápido os resultados dos exames. Isso é indigno e revoltante por várias razões. Uma delas é que você percebe que apesar de estar pagando, não está recebendo o melhor atendimento possível... afinal de contas, essa “taxa de urgência” prova que poderiam antecipar os resultados dos seus exames se quisessem... qual doente não está com pressa de se tratar? A outra razão da indignidade é o desembolso extra. Esse sim coloca na frente os que podem pagar “mais”... Se houver muitos pagantes de taxas de urgência, o não pagante vai esperar mais que o normal se fosse todos tratados iguais.
Ser médico era uma profissão linda, quase sagrada, exalando o dom de ajudar ao próximo, com compaixão, cuidado e afeto. Hoje, o que existe é o profissional, que tem que cumprir horário, adequar as necessidades dos seus pacientes (clientes) aos padrões de atendimento da empresa, integrado a uma cooperativa, que visa maior produção e baixo custo, numa grande indústria onde a matéria prima é humana. Frio assim!
Texto de M Graças Folador Celeste