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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Pitaco do leitor!

Seguimos a recém inaugurada sessão interativa do Pitaco com a participação do trovador Leo Perovano:


Sobre a famosa Pegada


Pegada. Andamos ouvindo este termo de forma corriqueira nos nossos meios de comunicação, televisão, Internet, bate papo na escola ou trabalho, e na grande maioria das vezes utilizadas para uma dita ‘característica positiva masculina’. Afinal, do que se trata esse termo? O que querem dizer com essa gíria? Isso não é um neologismo, mas vejo como um novo uso de um vocábulo que deixa várias definições. Claro que é uma noção aberta à interpretação pessoal e como pessoa tentarei expor um pouco a minha idéia.
Muitas comunidades nas redes sociais costumam ilustrar esta tal de ‘pegada’ com um casal, geralmente um homem forte de calça jeans e sem camisa dando uma bela ‘encoxada’ em uma moça bonita. Só que acredito que isso também é só uma representação visual de algo mais subjetivo ainda. A ‘pegada’ trata justamente da pegada que o homem deixa por onde passa e quem ou o quê ele ‘pega’.
Pegada é atitude. Como você deixa sua marca na vida? Vai caminhando em ovos, pisando delicadamente, temendo as reações negativas da sociedade? Ou pisa com confiança, deixando sua característica nas decisões que vai tomando? Você deixa para amanhã tarefas que podem lhe deixar em uma situação difícil ou simplesmente pega as oportunidades que o destino lhe oferece com confiança?
Sabe-se que é cobrada a pegada masculina, contudo temos muitas mulheres com mais pegada do que os homens. Atualmente eu tenho quase certeza que as mulheres tem mais pegada que os homens. Só que temos também muitas mulheres que cobram essa pegada sendo que não tem nenhuma. É como oferecer uma sopa de chuchu sem sal. É super saudável, mas não alimenta uma pessoa ativa.
Costumam colocar a culpa em algo imponderável, se desculpam dizendo: ‘não rolou, não teve química’. Há uma famosa saída entre parte da juventude na qual me relaciono: ‘Se não rolou a química, tenta a física’. Simplório demais né? Só que algumas vezes funciona. Física é física, é Newton, é lei, como a terceira, da inércia que fala da ação e reação.
Minha idéia dessa lei é que para haver atração entre dois corpos é necessário contato, um tato apurado, uma intensidade aproximada, afetividade no sentido oposto sem medo de se estar exposto.
Mas nem sempre temos razão, fazemos o que bem queremos do nosso jeito, com nossas características, expondo nossa opinião, e o consenso surge da resultante apavorante de um emaranhado de respostas divergentes. Nunca se pode vencer uma discussão, só se chega a um ponto onde se acha suficiente o aprendizado, mesmo que seja um resultado desagradável.
Um simples encontro de almas pode ser puro repouso, serenidade como num pouso suave. Só que também pode ser movimento, explosão de sentimentos! Destruição ou criação, religação ou agressão e a aceleração dessas reações é igual à paixão com a qual investe nas relações que estabelece.
Finalizando, tenho a impressão de que se quer impressionar alguém, precisa atingi-lo com um meteoro da paixão (Como diria um sertanejo popular brasileiro). Crie o seu meteoro com suas próprias idéias e gostos. Faça suas fórmulas de física mesmo que esteja completamente errado, e mesmo que não entenda nada de física. Saia do casulo, não precisa virar borboleta pra isso, mas se quiser, fique à vontade. O negócio é não ficar estagnado, parado, nulo. Tenha atitude! Aja, crie, surpreenda, viva com intensidade e deixe no mundo inteiro sua pegada. Vai passar a vida inteira olhando para um passado que parece ser mais interessante que o presente?

Texto escrito por Leonardo Perovano



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