Hoje estive na minha primeira orientação para a famigerada monografia. Ao chegar na sala e horário combinado com o professor, tive que aguardar o término da conversa entre o professor e um aluno do curso de cinema.
Notei que o rapaz tinha "voz anasalada", nome científico para um problema constantemente alvo de piadas: fanho.
Que é alvo de piadas genéricas, isso é um fato. E apesar de politicamente incorreto, se contadas entre quatro paredes sem a presença de alguém com o problema é ainda menos pior do que venho contar a seguir.
Depois que o aluno foi embora, o professor me confidenciou que num semestre anterior, numa disciplina teórica, foi determinado um seminário como trabalho de final de disciplina. Trabalho em grupo. Impressionantemente NENHUM grupo quis ter o menino fanho como integrante! O rapaz ficou preterido e sem grupo, sendo obrigado a fazer o trabalho sozinho e apresentá-lo na frente de todo mundo sozinho!
De certa maneira obteve sua vingança, pois todos tiveram que ficar e assistir sua apresentação, entendendo ou não (a maioria não entendeu, contou-me o professor, inclusive ele).
Mas eu particularmente fiquei estarrecido. Isso parecia história de sexta séria do primeiro grau, onde as crianças em sua maioria são sádicas e cruéis. Mas não era. Era um curso "superior" acadêmico formado por maiores de idade e teoricamente esclarecidos. Acrescenta-se o agravante de ser um campus localizado na Barra da Tijuca (área nobre e abastada do Rio de Janeiro).
Então resumindo: temos alunos maiores de idade, num curso superior, num bairro de classe média alta para rica, no turno da manhã (não predominância de trabalhadores que pagam a própria faculdade) que tem preconceito contra um colega fanho!
Isso me faz pensar: Pra que uma cartilha contra homofobia... apenas? Temos que conscientizar as crianças a serem tolerantes com TODA E QUALQUER DIFERENÇA, não apenas questões de opção sexual. Isso para desde já evitar que cheguem a maioridade e cometam bullying na faculdade!
Essa é a bandeira que devia ser levantada!
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