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sexta-feira, 15 de junho de 2012

Entendendo um psicopata

As vezes, tenho lampejos em minha mente e consigo compreender plenamente a cabeça de um psicopata.

Quando minha mulher me pede para pegar alguma coisa para ela, por exemplo.

A frase é muitas vezes a mesma, porém com variações geográficas lógicas: "Pega aquela XXX em cima do XXX". Ou "Pega o YYY do lado do WWWW". 

Obrigatoriamente isso acontece "naquele" momento em que você está ocupadíssimo, ou no meio do fio da meada que pode promover esclarecimentos e consequências capazes de mudar o mundo. No clímax e ponto GGG da coisa, a voz ecoa e o brado imperativo se faz: "Pega o ........ que tá no .......".

Além de quebrar o momento, seu cérebro se compara à um carro que no meio de uma curva veloz, que se deparou com uma poça sarada de óleo, manteiga com KY espalhada no asfalto. Você nunca mais vai voltar ao curso normal e a possibilidade de acidente é uma realidade.

Resignado, você se levanta, vai até o exato local onde a pessoa instruiu. Geralmente a vontade é de resolver aquilo logo para voltar de onde você parou. Mas você fica impossibilitado de resolver isso logo, porque quando chega no local apontado, o treco, coisa, dito cujo e seja lá o que for NÃO ESTÁ LÁ. Você olha, "re-olha", apalpa o lugar, olha mais uma vez e pensa: "Não é possível, eu não devo estar enxergando". Você coça os olhos, apura a visão, enxerga cada mísero detalhe do lugar, acha o que estava procurando em outras vidas, mas não localiza de maneira nenhuma a maldita coisa que te foi pedida. O ódio vai se avolumando no seu coração e você inevitavelmente responde: "Eu não estou achando".

É quando a criatura maravilhosa descendente da infeliz que aliciou o pobre coitado do Adão a morder a porcaria da maçã e perder tudo sendo condenado junto com sua geração a uma eternidade de sofrimento chega no aposento e diz: "Tá quase te mordendo", e pega o objeto num lugar COMPLETAMENTE diferente do que tinha falado. Se ela disse que estava na cama, ela pega no armário. Se falou sofá, tava na mesinha. Se falou armário, tava no berço. Se falou na cama do bebê, está na cama do casal e se falou cama do casal está na cama do bebê, e se falou só cama, está na cama que você não procurou (maldito Murphy). E por aí vai.

É aí então que o cérebro deve expelir alguma substância que deixa seus escrúpulos e moral totalmente adormecidos, porque a vontade que dá é de sacar uma arma, descer de um ônibus na Presidente Vargas lotada, gritando e babando espuma, largando o aço em todo mundo que vê pela frente, reservando a última bala para meter no meio dos olhos.

Até que fazer esse desabafo por aqui me acalmou um pouco. Vou ali guardar a pistola.... rs

CUIDADO. Pode não ser sua mulher, ou não ser só ela que apronta uma dessas. Há relatos de que mães também têm essa habilidade extraordinária de despertar o psicopata que existe dentro de cada um.... rs

"Amor, onde você disse que estava mesmo?"



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