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sexta-feira, 10 de junho de 2011

Uma mudança de postura vai bem!

Acabei de fazer uma prova da minha quase eterna faculdade (um dia ela acaba). Mas o que realmente divertiu foi ver o professor apreciar uma Playboy durante a prova. Não que eu tenha achado engraçado ele estar com uma revista de mulher pelada, mesmo porque ele não se distraía com uma ex-BBB pelada, mas sim com as matérias, entrevistas e demais informações não ilustrativas da revista. Sim mulheres! A Playboy é uma revista muito interessante. Qualquer pessoa, independente do sexo, iria gostar do conteúdo não nu da revista. Mas isso não vem ao caso.

Vem ao caso que Playboy há muito tempo na concepção da maior parte das pessoas, é objeto de download na internet. Da mesma forma que ela, estão outras revistas, livros, filmes, músicas, albuns, fotos e milhares de outros itens que deveríamos estar pagando mas não estamos. Achei legal meu professor, sair do trabalho dele, passar na banca, comprar uma revista Playboy original e guardar na bolsa.

Sem querer bater em aleijado, é óbvio que lembrei-me do "Clube do malandrão criado por (leia-se Clube do pai rico)."

O povo brasileiro está sempre buscando incansavelmente uma vantagem. Aguçamos nossos ouvidos sempre que tem alguém ensinando o ultimo macete do momento, esperteza do momento. O que esquecemos na maioria das vezes é que a nossa vantagem, quase sempre é a desvantagem do próximo.

No decorrer da minha carreira bancária, podem anotar aí: A maior parte das diferenças de caixa, não é devolvida. E eu estou falando das descobertas, ou seja, daquelas onde o caixa encontra o erro, liga para a pessoa e pede para que ela devolva a diferença para que não saia do bolso dele. Acredito que seja algo em torno de 10% os casos de pessoas que devolvem.

Brasileiro adora um macete. Uma dica de como conseguir as coisas com pouco esforço ou com pouco dinheiro. O topo dessa carreira de malandro acaba lá em Brasília. Por incrível que pareça são os maiores malandros que bolam as leis que regem nossa sociedade. Daí os absurdos.

Ao invés de uma lei que obrigue os bancos a contratar mais funcionários, façamos uma lei para o atendimento bancário ser de no máximo 15 minutos. Quem foi o imbecil que achou que com o quadro funcional e a quantidade de guichês de caixa nos bancos hoje, 15 minutos é o suficiente para prestar um atendimento. Quem não avisou esse animal que bancos são permeados por velhinhos office-boys da família, carentes de atenção e amigos, e adoram fila de banco. Ou as pessoas que acumulam contas e baixam no caixa com mais de 50 papeis para serem processados. Não vamos esquecer dos trapalhões. Não estou falando do Didi ou do Dedé. Tô falando das pessoas que vão decidir porque estão no banco quando chegam no guichê. Ali é que resolvem tirar as contas do bolso ou da bolsa, fazer cálculos, tirar dúvidas e etc. E o funcionário vai fazer o que? Chutar a bunda do cliente?

Mas o pior é o infeliz que chega no Banco é grita aos quatro ventos batendo no peito e erguendo as sombrancelhas: "Eu tenho direito de ser atendido em 15 minutos". E quando chega a vez dele leva 20 minutos só pra dizer o que quer.

Esse é o brasileiro. Usando a lei em benefício próprio. "Corrupto por natureza", como diz João Ubaldo Ribeiro. Afinal, tem gente que reclama do mensalão do deputado, mas todo mês vende seu vale transporte ou vale refeição, direito esse que custou muito sangue, passeata e porrada na cuca dos nossos pais.

Mulheres fingindo de grávida para usar fila preferencial. Gente que nem lembra mais da última vez que foi no cinema pq compra piratão por R$ 5. Mp3's recheados de músicas baixadas gratuitamente da internet. Deputados aumentando o próprio salário. Smartfones usados para colar nas provas. Um clube de gola-polo com cabelos penteados de lado e blusões de frio de tricô amarrados no pescoço ensinando na internet como usar, gastar, consumir serviços e não pagar por isso, e por aí vai. Exemplos é o que não faltam.

Vamos cutucar a concorrência. Vamos ser seletivos na escolha. Vamos economizar. Vamos pechinchar. Mas vamos pagar o que consumimos. Vamos remunerar pra ser remunerados. Vamos fomentar a economia.

E galera, me incluo nesse grupo. Também tenho muitos hábitos para mudar. Reconheço erros, ao contrário de um clubinho aí, que não se preocupa se criarem uma lei que os obriguem a trabalhar de graça, porque afinal, a mesada da vovó tá todo mês lá depositada.

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