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quinta-feira, 31 de março de 2011

CQC!


Há tempos que gostaria (e deveria) falar deste programa, que iniciou sua quarta temporada no Brasil, revitalizando mais a cada ano as noites de segunda. O CQC é um programa que mistura humor, política, esporte, cultura (pra desespero do Rafinha Bastos...rs) e, principalmente, inteligência. Não subestima em momento algum o telespectador, tem ótimas sacadas e aparenta divertir aos integrantes, aos entrevistados e ao público. Nada de forçar a barra, apelar com piadas de baixo calão ou mesmo mostrar mulheres seminuas. Na bancada de apresentadores, o humor "ácido" do Rafinha Bastos contrasta com o humor "lesado" do Marco Luque, proporcionando um equilíbrio perfeito, com a mediação de Marcelo Tas, na minha opinião, um gênio da comunicação. Os repórteres são muito afiados, cada um se enquadra melhor de determinada área (esportes, cultura, política), com muito jogo de cintura e bom humor tornam qualquer matéria agradável. Outro ponto forte são os efeitos visuais e sonoros nas reportagens, cada um pra rolar de rir! Quadros já clássicos do programa, como o CQteste ("cultura na sua TV!") e o Top Five são dos mais aguardados e revelaram muitos apresentadores ao grande público com tantos micos em rede nacional. Falar bem do CQC é chover no molhado, mas ainda assim vale a pena.
Meu pitaco: o CQC é a prova cabal que a televisão pode produzir programas/atrações que tragam reflexão à população. Existe um ditado que gosto muito de utilizar: "não se deve jogar fora o bebê junto com a água do banho". Em tempos de tantos reality shows, novelas e baixaria, é comum criticarmos a televisão brasileira, afirmarmos que nada presta, etc. Pois bem, o CQC, ainda que seja exceção, demonstra que a mesma televisão que mostra pessoas numa piscina pegando sabonete pode nos brindar com um "Proteste Já", um dos melhores quadros que já vi na televisão. Isso sem mencionar os novos "Identidade Nacional" e "Grupo Escolar", quadros que educam, que esclarecem sem entediar os telespectadores. Até mesmo um quadro despretencioso como "o povo quer saber" nos trouxe essa semana um político vomitando absurdos que repercutiram no país inteiro. Falando em política, o "CQC no congresso" é a nossa patrulha cívica, sempre questionando, constrangendo atitudes reprováveis dos nossos parlamentares. Que ninguém se engane, o CQC já conseguiu evitar que alguns medalhões da nossa política conseguissem a reeleição. Existe esperança na televisão como instrumento de esclarecimento e libertação mental do povo (obs.: quando falo em libertação mental, me refiro a pensar por si próprio, e não ser conduzido por algum guru rumo a "verdade absoluta"), e o CQC não me deixa mentir nesse ponto. Ah, e tudo isso com uma boa audiência, muitos patrocinadores, ou seja, sem negar ou abrir daquilo que ele é: um programa de televisão. É por isso e muito mais que eu reverencio o CQC e torço para que esse tipo de programa se torne uma regra na nossa grade de programação, o pontapé inicial está dado!

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