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sábado, 23 de abril de 2011

Teatro dos Grandes Atores é Contra o Teatro!


A carinha feliz atrás é para o show do Serginho Malandro. Já a carinha triste na frente é para a administração do Teatro, do Shopping e do Estacionamento.


Parece piada mas não é. Dizer que um Teatro não apoia o Teatro é como médico que fuma. É incoerente mas você sabe que existe. Eu mal imaginava que o post anterior sobre o péssimo atendimento na bilheteria do Teatro dos grandes atores era apenas o começo. Muita merda ainda estava por vir.

Ontem terminei de postar o texto sobre os atendimentos na Padaria Nobreza do Recreio e o Teatro dos Grandes atores, e saí com minha esposa e um casal de amigos de fora do Rio para assistir a Comédia Stand Up do Sérgio Malandro.

Ao chegar no Shopping Barra Square (que abriga o infame Teatro) já me deparei com uma situação que me gerou muita curiosidade. O Shopping LOTADO (principalmente nos parâmetros "daquele" shopping, que vive as moscas) e uma quantidade grande de lojas fechadas! Isso mesmo. As pessoas zanzando olhando vitrines, mas impossibilitadas de gastar seu dinheiro pois os donos (que devem estar podre de ricos) já tinham ido pra casa. Não adianta vir me falar que é determinação do shopping, porque as haviam poucas lojas abertas (e lotadas vendendo muito). Falo inclusive das lanchonetes. O bob's, um dos abertos, estava fazendo a festa!

Mas falta de visão administrativa a parte, comprei um milk shake para minha esposa e descemos para a peça, pois faltavam dez minutos para o inicio da mesma, de acordo com o bilhete. Ledo engano! Uma fila quilométrica e mal organizada em frente ao teatro mostrava que o atraso era algo certo e que ao invés de onze horas, o show iria começar no mínimo uns 30 minutos depois.

Sem remédio fomos ao final da fila e nos resignamos àquela falta de organização e consideração. Eu apenas torcia para a fila não demorar muito, afinal de contas, minha esposa está grávida, e ficar muito tempo em pé não é muito saudável nem pra ela, nem para Lucas no forninho.

Algum tempo depois a fila andou. Até que foi rápido. Demorou para começar a andar, mas chegamos rápido na entrada. Rápido demais. Um segurança com educação londrina ordenou-me que terminasse o milk shake, pois até lá eu estaria proibido de entrar com a bebida.

Me causou muita estranheza. Eu imaginei que deveria haver uma loja de conveniências lá dentro e a medida, muito utilizada em diversos locais, era para que eu consumisse apenas o monopólio que se vendesse lá dentro. Mas e estava errado. Não se vendia nada lá dentro. Como eu acho difícil que o risco fosse eu usar o milk shake para algum atentado terrorista, ou fosse ferir alguém com a baunilha, particularmente não entendi tamanha intransigência. Provávelmente o que eu via na minha frente era um exercício vivo sobre a teoria do poder, de Michel Foucault (quer conhecer alguém, dê poder a ele). Quando terminei para minha esposa (ela não conseguiria sozinha), ele ainda quis me impedir de usar a lixeira de dentro da casa, queria que eu entrasse sem a embalagem e tudo. Aí vai me desculpar, mas vai se f%$*%. Entre assim mesmo e joguei fora lá dentro do teatro. Vai procurar o que fazer!

Não há muito o que se estender quanto as instalações. Uma porcaria. Apertado, quente, com poltronas muito coladas e extremamente desconfortáveis. Acredito que assistir uma peça dentro de uma cela de um presídio carioca deva ser mais gostoso que naquele teatro. Se o Sérgio Malandro não pedisse no inicio da peça para ligar o ar condicionado, com certeza sairíamos de lá com uns quilinhos a menos e o teatro com uma grande economia de energia elétrica. Visando unica e exclusivamente o lucro, se a administração do teatro pudesse, venderia ingressos para sentarem no nosso colo, tamanho era o aproveitamento de espaço para lucrar mais e deixar no banco de reservas o conforto.

Porém nobres leitores, quando se vai assistir uma peça mal atendido, mal assistido, mal tratado e mal humorado, fiz um imenso controle para não deixar aquele teatro imundo permear minha opinião sobre a peça. Não precisei!

Serginho Malandro foi magnânimo! Com todo o respeito coloco nele uma culpa involuntária do teatro cagar tanto para o cliente. Ele foi tão engraçado e talentoso que anestesia toda aquela imundícia com CNPJ de casa de espetáculos.

Piadas engraçadas, pertinentes, merchandising limpo e dentro do contexto cômico, participações mais que especiais dos filhos e eventualmente naquela noite, Gigante Leo, Mister M (convidados na platéia), Sergio Malandro encantou e consolidou-se como ídolo da minha infância e agora fase adulta. Parabéns Serginho. Recomendo a peça para todos os amigos, e o teatro para meus inimigos. Logo, casa cheia para você. Ele fez valer as interpéries do animal que administra a casa de espetáculos.

Para encerrar com chave de ouro, uma fila quilométrica também para pagar o estacionamento. Com uma imensa torcida para que o espectador não retorne nunca mais, a administração do shopping dá sua mãozinha, permitindo que o estacionamento seja controlado por uma empresa inapta e sem capacidade de administrar nem uma barraquinha de pipoca. Se ao menos os comes e bebes da praça de alimentação estivessem abertos e lucrando, a fila seria menor, mas com tudo fechado, restava as pessoas gastar seu dinheiro em outro lugar do cenário carioca.

PARABÉNS SHOPPING BARRA SQUARE, TEATRO GRANDES ATORES E ESTACIONAMENTO SEI LÁ O QUE. PRÊMIO EMPREENDEDORES DE MERDA PARA VOCÊS!


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